segunda-feira, 14 de maio de 2012

Vício na fala.


Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha teia
Para telhado teiado
E vão fazendo telhados.
                                   Oswald de Andrade

   O poema Vício na fala, de Oswald de Andrade, pode ser interpretado de várias maneiras, nas quais os leitores podem expor seu ponto de vista, suas opiniões.
   Analisando este poema, uma primeira leitura poderia despertar conclusões simples e objetivas. Muitos o entenderiam como uma crítica àqueles que falam incorretamente, porém não é esta a realidade.
   O poema se trata de uma crítica, sim, mas não está criticando quem fala errado, está criticando àquele que chega à conclusão de que as pessoas que mantém esse tipo de fala no seu cotidiano não poderiam ter um futuro melhor que aquelas que falam corretamente. Parece um pouco confuso, mas não é. 
   Antes de tudo, devemos nos atentar ao título: Vício na fala. A que vício este título se refere? Baseando-se nas conclusões anteriores, é possível afirmar que o título se refere a quem considera sua fala correta, isto porque o vício citado seria a insistência em dizer que aqueles que falam diferenciadamente não são tão bons quanto outros.
   Considerando o último verso do poema, o que este significa? "E vão fazendo telhados" significa, sobretudo, que apesar de falar de uma maneira específica, estas pessoas continuam seguindo com suas vidas, continuam construindo telhados. 
   A fala não influencia diretamente no futuro do falante. 
                                                                                                                                      

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